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Exposição de obras da artista brasiliense ocorre de 13 de janeiro a 28 de fevereiro na Referência Galeria de Arte e tem curadoria de Luiza Mader Paladino. 

Clarice Gonçalves. Crédito: Thais Malon.

Universos imaginários, nos quais habitam criaturas enigmáticas, expressos em fotografias, pinturas e experimentações performáticas. 

Idílio evidencia a necessidade da artista em busca interna de criar a partir de um corpo emancipado/que se emancipa do olhar masculino. E busca provocar debate, tanto do ponto de vista artístico quanto conceitual, da importância das mulheres nos sistemas das artes como geradoras de novos saberes e de novas formas de representações. 

Amor terno e delicado, como em parte o nome sugere, a mostra paradoxalmente apresenta a comunhão orgânica entre figuras femininas e a natureza numa mirada ecológica radical a qual a artista recorre. A crítica à exploração exacerbada da natureza assim como a que ocorre sob o corpo feminino estão presentes nas obras.

“A mulher é a base da sociedade, a nossa opressão vem do nosso sistema reprodutivo, felizmente ou infelizmente, nós somos oprimidas pela nossa biologia e a presença do ecofeminismo na minha obra se dá nesse lugar de conexão, de trazer imagens, de ressignificar esses espaço naturais, de ressignificar a figura humana e a presença feminina nesse meio”, resume. 

Mãe solo, ela expôs Matriz, uma compilação de obras catárticas, em 2019, no Museu Nacional, o compilado de seis anos de maternidade continuou reverberando no período pandêmico. Para Clarice, a pandemia é esse lugar de puerpério, de solidão e de soterramento pelo trabalho doméstico e a arte lugar de fuga e conexão. 

Estigmergia, acrilico sobre tela, 60 x 60, 2021.

“A arte sempre foi a minha cura, a minha forma de digerir muitos incômodos, muitas temáticas, de aceitar algumas coisas ou de problematizar a maioria delas enquanto uma mulher nessa sociedade. A pandemia foi muito sufocante e a pintura veio desse lugar de grito, de um desespero, de ter que fazer alguma coisa, de ter que colocar para fora. E comecei a me imaginar nesses lugares, lugares onde eu gostaria de estar depois de muitos dias dentro de casa com criança, em meio à louça. Então, eu me imaginava nesses lugares idílicos, lugares onde gosto de estar sempre que posso, e quase nunca posso”, diz. 

Durante processo criativo, Clarice revisitou a obra da artista cubana Ana Mendieta (1948-1985). “Fui doce e profundamente absorvida pela potencialidade pictórica de suas performances, li nas suas entrelinhas um discurso urgente e ainda necessário que reforço, como uma oferenda, por meio da pintura”, acrescenta. 

Está é a primeira mostra individual da brasiliense na Referência, a artista expôs trabalhos, em 2019, no Museu Nacional da República, e em 2015, no Elefante Centro Cultural, além de participação na Bienal de Havana no mesmo ano. A galerista Onice Moraes ressalta a importância da mostra individual e da trajetória artística consistente de Clarice. 

“As questões sobre feminino, a maternidade, o corpo, a sexualidade se juntam aos temas sociais e ambientais, sempre presentes em sua obra, tornam-se um grande manifesto em favor da vida e da liberdade”, afirma Onice.

Sobre a artista

Clarice Gonçalves é artista visual e mãe solo, vive e trabalha em Taguatinga- DF, é graduada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília e desde de 2005 apresenta sua pesquisa pictórica em mostras individuais e coletivas, feiras e premiações pelo país e no exterior. Sua produção aborda temas como socialização, sexualidade, maternidade e animalidade e respectivas performances dentro do contexto social como reflexo de sua pesquisa poética em torno de suas vivências corporais. Seu meio principal de materialização é a pintura, embora cada vez mais os processos performáticos tenham feito parte da criação dessas imagens em pintura pela dança, vídeo e fotografia.

Sobre a curadora

Doutora em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo, e bolsista Santander pela Universidad Complutense de Madrid, onde realizou o curso Repensar el Museo. Integrante do GEACC – Grupo de Estudos em Arte Conceitual e Conceitualismos no Museu, vinculado ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Professora de Artes Visuais do Instituto Federal de Brasília na educação básica, técnica, superior e pós-graduação. Como pesquisadora, atua nas áreas de Arte Latino-Americana, Museologia e Crítica de Arte, com artigos publicados em revistas do Brasil, Argentina e França.

Serviço:

Idílio

Mostra individual | de Clarice Gonçalves

Pinturas

Curadoria | Luiza Mader Paladino

Quando | de 13 de janeiro a 28 de fevereiro de 2022

Visitação De segunda a sexta, das 10h às 19h

                    Sábado, das 10h às 15h

Onde Referência Galeria de Arte

Endereço | CLN 202 Bloco B Loja 11 – Subsolo

                     Asa Norte – Brasília DF

Agendamentos

Telefone | (+55 61) 3963-3501

Wpp | (+55 61) 98162-3111

E-mail referenciagaleria@gmail.com

Facebook | @referenciagaleria

Instagram | @referenciaarte

O uso de máscara dentro da galeria é obrigatório


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