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Convidade de hoje: grafiteire e tatuadore Yla

Oi, meu nome é Camyla Bastos, também conhecida como Yla, meu nome artístico. Sou mãe solo, tenho 30 anos e fui criada no Distrito Federal, morei em diversas Regiões Administrativas do DF. Desde cedo a arte me conquistou. Quando morei em Taguatinga, fui apresentada ao Hip hopàs artes de rua e aos segmentos de culturas urbanas e desde então tudo isso faz parte de mim e de quem sou.

Gosto de me expressar usando mandalas e flores com um desenho no centro, convidando a pensar sobre o cuidado, a atenção e o respeito à natureza. Tenho como influência a unificação da flora, da fauna e dos seres, sempre buscando minha libertação artística e meu ponto de equilíbrio.

Por volta de 2005, durante as realizações de atividades escolares, percebi-me sempre desenhando e apaixonade pelas cores e formas. Muitos destes trabalhos envolviam artesanato, cartazes e outros fazeres manuais. Na adolescência, tive a primeira vivência com o grafite por meio de colegas que estavam iniciando na arte. Fiquei encantadx e comecei a enxergar mais possibilidades de expressar minhas ideias e sentimentos de forma criativa.

Antes de começar a grafitar, busquei fazer pinturas em camisetas, para vender na escola, depois, passei para a tela de pintura. Fui para o digital com o Photoshop, aprendi a arte de tatuar e o Design Gráfico.  

Hoje, uso o grafite como forma livre de expressar meus sentimentos e ideais sobre Pachamama e Gaya, com base na filosofia de que todos somos um, envolvendo sempre nas artes a flora, as deusas e os quatro elementos como símbolos dessa relação. Mesmo que de forma subjetiva, intuitiva, e às vezes involuntáriameus personagens trazem o teor da narrativa como mensagem disponível para interagir visualmente com quem tiver contato com elxs.

Um dos projetos que trabalho hoje como produtorx, designer gráfico e social media na divulgação é o Slam do Céuevento realizado no Céu Azul – GO, juntamente com xs artistes Sky Blue e Mano Dáblio. Trata-se de uma batalha de poesias, na qual xs participantes declamam em um tempo determinado, para obter notas dxs jurades. Estamos caminhando para a 4ª edição e no evento, além das poesias, temos as participações de mc’sdj’s, grafiteires e outres artistes do DF e Entorno de vários segmentos artísticos e culturais.

Durante o slamoferecemos uma vivência com grafites realizada por mulheres, com o objetivo de proporcionar visibilidade para xs artistes, principalmente, xs que estão em início de carreira. Acreditamos que o apoio gera bons resultados para todes xs envolvidxs e mais cultura para a comunidade.

Escrevi e produzi um projeto realizado apenas por mulheres e pessoas LGBTQIA+ chamado Feito Por Elas, juntamente com a Casa de Arte e Cultura do Jardim Ingá, a Casa Tradicional. O foco do evento foi ajudar mulheres artistes do DF e Entorno a divulgar seus trabalhos como grafiteires, tatuadores, artesxs, dj’scozinheires, designers de roupas, entre outros. Foi um evento lindo, com workshop de grafite e roda de conversa, na qual homens também participaramFoi boa esta inclusão para mostrar e debater nossos pontos de vistas como mulheres protagonistas de nossas próprias histórias.

Costumo buscar a vivência das ruas vendo-as como grandes galerias abertas e participar de mutirões com artistes no DF e EntornoSempre procuro parcerias em projetos públicos ou privados para expor em novos espaços. Mas também já pintei murais em áreas internas como em projetos que realizei no Fórum de Ceilândia, com mandalas e flores no centro de convivência do espaço.  

Um dos meus últimos trabalhos me marcou bastante, recebi um convite do projeto Arquitetando o Mundo, para participar da reforma da Casa de Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes, localizada no Recanto das Emas – DF. Fiquei feliz com o resultado e pela confiança da instituição que me deu total liberdade de criação, sendo esta a maior obra em relação à metragem que já fiz até hoje. No meio do processo tive a grata surpresa de saber que a borboleta que desenhei, no centro de uma grande mandala, por coincidência, significava um importante símbolo para a instituição, para xs colaboradores e pessoas atendidas

Por aqui, continuo na busca incansável pela evolução por meio dos aprendizados, cada dia mais, sobre técnicas, materiais, histórias e vivências dentro do grafite, dos projetos, das ações, dos espaços e com as pessoas, para poder aprimorar minhas artes e colorir mais o mundo

Almejo alcançar cada vez mais gente com projetos socioculturais, podendo mostrar e provocar o pensar das pessoas, que nem sempre possuem acesso à cultura, de que a arte é libertadora e quando alguém descobre ou até mesmo desenvolve seu potencial artístico encontra um tesouro, um universo de possibilidades que no caminho da vida muitas vezes foi usurpado por causa da desigualdadeda opressão social e o do medo das pessoas de serem livres.

Artiste | Yla 
Site | https://www.arteyla.com/

Instagram | @arteyla_


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