Compartilhe nas redes sociais

A latinidade brasileire de taguá na mistura do reggae, rap, rock, ragga e reggaeton  

Cantore-compositore-skatiste-ativistecultural Mateus Naticongoo, de 27 anos, é um brasiliense que cresceu e vive em Taguatinga. É na região administrativa do Distrito Federal que forja a identidade latine brasileire taguatinguense própria.

A inspiração do nome do primeiro EP solo dele, Virando o mapa, surge por inspiração no desenho América do Sul invertida, de Joaquin Torres-García (1874-1949), o artiste hispano-uruguaio desenha, em 1943, o mapa da América do Sul de cabeça para baixo, para indicar que o Norte dos sulamericanes, na verdade, é o Sul.

Em suas artes, Terra-García fugia da rigidez abstrata formalista e faz a imagem invertida do mapa para reforçar o Universalismo construtivo, conceito criado por ele, no qual chama atenção para a necessidade de olhar as artes também sob as influências/óticas dos indígenas americanos, em uma tentativa de combater o imperialismo cultural dos Estados Unidos nas Américas.    

No Virando o mapa, de Naticongoo, a latinidade brasileire se expressa nas músicas: Virando o mapa, Protesto roots, Vou agradecer, Passa o mic (Part. Joh Ras & MarcelinMc) e Fogo (Part. Afroragga). Na plataforma de música Palco MP3, ele é o terceiro artiste do DF mais ouvido no gênero reggae.

No canal do YouTube, postou os clipes das músicas: Virando o mapa, Fogo e Vou agradecer, e pretende lançar singles do segundo EP até o segundo semestre de 2022. Mateus é cantor também da banda de rock brasiliense ERRO 061, com a qual gravou o EP Pane no sistema.

Entrevista com Naticongoo

Q061: O que fazer música significa para você, e sobre o que sua arte fala?

MN: Fazer música, para mim, é explorar o mundo interno e externo e significa explorar meus pensamentos, meu corpo, meus limites, a minha criatividade. De ir contra a maré. Fazendo música exploro a vida, indo além do que nos é imposto todos os dias. Querem que você sempre faça a mesma coisa e siga o padrão. Gosto de traduzir minha arte como realidade. Minhas músicas falam sobre mim, meus amigos, minha rua, sobre as coisas que me rodeiam, conquistas e o que almejo, sobre o que tenho e o que vivo.

Banda ERRO 061 no Release ShowLivre (2018).

Q061: Como você resumiria sua trajetória?

MN: A minha trajetória começa aos sete anos que foi quando conheci o skate, e tudo o que faço hoje, em minha vida, tem influência dele. E essas vivências refletiram nas bandas que eu conheci, nos amigos que eu fiz, no meu estilo de roupa, na minha maneira de enxergar o mundo, na minha forma de pensar politicamente. E sempre gostei de escrever, de ouvir muita música. Daí, em 2017, eu entrei na banda de rock ERRO 061, na qual ainda faço parte. Nós chegamos a tocar no programa Show Livre, tivemos bons momentos, mas com a pandemia a banda não pode continuar muito junta. Então, foi quando criei meu projeto solo, Naticongoo.  

Q061: Para você, o que significa ser um “latino brasileiro”?

MN: Latino brasileiro é um conceito que visa valorizar o que a gente é de verdade. O termo é inspirado na obra de Joaquin Torres-García, ele é autor de América do Sul invertida. E a obra se expressa nesse sentido de nos valorizarmos, de valorizar nossa latinidade, porque temos muito que explorar em nós mesmos. Ser latino brasileiro, para mim, é Taguatinga, é a minha rua, é mostrar um pouco das pessoas reais aqui do meu bairro no meu videoclipe. Para filmagens, eu, geralmente, não alugo casa, nem carros, porque gosto de mostrar o que é real.  

Serviço | EP Virando o mapa, de Naticongoo
YouTube Naticongoo | clique aqui
Instagram | @naticongoo @erro061
YouTube ERRO 061 | clique aqui
Spotify | clique aqui
PalcoMP3 | clique aqui


Compartilhe nas redes sociais