O artiste brasiliense apresenta cinco instalações inéditas e interativas que estabelecem diálogos entre poética e arte-educação e proporciona acesso à pesquisa acadêmica
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília recebe a mostra de arte sonora Extraclasse, do artiste Luiz Olivieri a partir de 15 de março, terça-feira.
Professore e artiste sonoro-visual, Olivieri materializa a experiência da sala de aula e a interação com seus alunes em instalações sonoras e em objetos. A proposta também é a captação de sons escolares em diferentes materialidades: conversas, conteúdos, ruídos, músicas, cacofonias, linhas cruzadas da linguagem e utopias.
Na mostra, o artiste apresenta cinco obras inéditas – parte de projeto de pesquisa promovida por ele, que designa interseções entre o som e a palavra-texto aos componentes do sistema educacional brasileiro: o ambiente escolar, alunes, professores e currículos acadêmicos.
Uma das obras é em parceria com os próprios alunes. Cada uma delas apresenta diferentes formas de interação com o público.
Extraclasse tem curadoria de Renata Azambuja e fica em cartaz na Galeria 4 doCCBB Brasília atéo dia 17 de abril. O projeto é realizado com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
As visitas à exposição podem ser realizadas de terça a domingo, das 9h às 20h30. A classificação é livre e a entrada é gratuita com retirada de ingressos na Bilheteria do CCBB Brasília e pelo site bb.com.br/cultura.
“A exposição é resultado de processos da interação corporal e da vivência humana dos espaços e apresenta a escola como um espaço acústico e plurissonoro”, afirma a curadora.
Olivieri utiliza materiais como carteiras, lousas, projetor e a palavra escrita.
A série Extraclasse é resultado de exercício proposto a 12 alunos do ensino médio para que listassem os sons presentes em suas casas por dois dias.
Da experiência, surgiram relatos sonoros que impressionam pela poesia cotidiana. O trabalho promove uma nova relação entre professor e alunes, cria-se uma rede para se ouvir mais. “Esta é uma obra coletiva sob todos os aspectos, por isso, o meu cachê foi dividido entre os alunes. E no caso da venda da série, o valor será dividido entre os autores”, explica Oli.
As outras obras são: Cacofonias, Topofonia, Lousa e a videoinstalação Eletrocardiograma:
“Sonifiquei 12 macro e microdados da educação brasileira desde a aprovação da Constituição de 1988. Os seis macrodados são curvas desde a redemocratização brasileira até 2020. Tive que fazer um levantamento para construir as curvas desses 32 anos. O dinheiro mudou, as bases de dados não têm a curva completa. Pesquisei em várias fontes, todas presentes nos créditos finais do vídeo. Os seis microdados são percepções minhas, como professor-artiste, em 32 semanas de um ano letivo. Nele constam coisas que não entram nas macroestatísticas, mas estão diretamente relacionadas: O tamanho da fila da cantina em função do cardápio, o conteúdo indígena na escola, a quantidade de vezes que me emocionei com os meus alunes. Os microdados muitas vezes não se tornam evidentes, pois são difíceis de serem mensurados. Porém, referem-se a micro espaço de sutilezas no qual se dá os processos de ensino e de aprendizagem”, resume.
Sobre o artista
Luiz Olivieri nasceu em Brasília. Ele é Bacharel e Licenciado em Artes Visuais, Mestre e Doutor em Arte Contemporânea pelo PPG-UnB. Artista-pesquisador trabalhou na educação básica e, atualmente, é professor adjunto da Universidade Federal de Goiás.
Ele investiga os espaços por meio da escuta e da experiência sonora.
Em 2017, realizou a exposição individual “Espaço Ressonante”, na Alfinete Galeria, em Brasília; participou de diversas exposições coletivas em espaços como Alfinete Galeria, Espaço Cultural Elefante, Museu da República, Espaço Cultural Marcantonio Vilaça e Espaço Piloto da UnB.
Em 2018, foi indicado ao prêmio Investidor Profissional de Arte (Pipa). Em 2016, foi selecionado para o I Prêmio Vera Brant e para o Prêmio Transborda, em Brasília.
No exterior, participou da exposição Obranome no Mosteiro de Alcobaça, em Portugal.
Sobre a curadora
Renata Azambuja é historiadora da arte, curadora e arte-educadora.
Ela é licenciada em Artes Plásticas pela UnB, Mestre em Teoria e História da Arte Moderna e Contemporânea pelo City College/City University of New York e doutora em Teoria e História da Arte pela UnB.
Renata é atualmente professora da SEEDF e desenvolve ações sobre Educação Patrimonial nos Territórios Culturais.
Serviço | Extraclasse
De Luiz Olivieri
Instalações sonoras
Galeria 4 do CCBB Brasília
Curadoria | Renata Azambuja
Abertura | 15 de março, terça-feira
Visitação | Até 17 de abril
De terça a domingo, das 9h às 20h30
Classificação indicativa | Livre para todos os públicos
Entrada | Gratuita
Ingressos | Na bilheteria do CCBB
No site do CCBB bb.com.br/cultura
Localização| SCES, Trecho 2, Lote 22, Brasília, DF
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