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Evento híbrido será presencial e terá apresentações on-line, estas com acesso gratuito.

Espetáculo cênico francês, Blanc. Crédito: Jair Gonzales Ruiz.

Público não fica na passividade e é convidado a interagir, Travessia conduz brasilienses por uma jornada de artes performáticas e provocantes.


Ao longo da semana de exibição, espectadores podem conferir três montagens internacionais (Bolívia, França e Peru), as atrações locais: Thabata Lorena, Carnaval Silencioso, Malacatifa e Djs, e performances de artistas como a baiana Josyara, e a paulista Ligiana Costa.


Ao todo, as apresentações são dois shows musicais, seis espetáculos cênicos, duas intervenções urbanas e uma oficina de música. A curadoria é de Alaor Rosa.

Sobre a experiência de espectador-participante, possível em alguns espetáculos, Alaor comenta: “No Cabaré Privê (SP), as pessoas entram em várias salas, seguem e se posicionam. No espetáculo, aqui, de Brasília, o Carnaval Silencioso (DF), também é uma experiência maravilhosa em que o público pode participar […] e é interessante essa posição do espectador que não fica só na passividade, ele interage e, às vezes, até decide o rumo que o espetáculo toma”.

Espetáculo Caso Cabaré Privê (SP). Crédito da foto: Ana Alexandrino

Festival ocorre de 13 a 19 de dezembro de 2021, no palco SESC Garagem, no Conic, em local secreto a ser divulgado, e por plataformas on-line. Confira a programação, sinopses e mais informações abaixo.

Serviço: 
Festival Travessia 
Curadoria: Alaor Rosa
Duração: de 13 a 19 de dezembro de 2021
Locais: SESC Garagem (513 Sul), YouTube e Birosca (Conic)

Ingressos para os espetáculos no Teatro SESC Garagem:
promocional 1º Lote a R$ 30 (inteira), e R$ 15 (meia entrada para professores, estudantes, idosos e pessoas com deficiência), à venda em www.sympla.com.br/1-travessia—festival-internacional-de-
artes-performaticas—ingressos-dos-espetaculos-teatrais__1437472


Ingressos para a festa show de encerramento, dia 19/12, na Birosca:
à venda em https://pro.shotgun.live/pt/events/296414


Espetáculos exibidos via YouTube têm acesso gratuito
Horários e classificação indicativa: confira a programação
Informações: www.travessiafestival.com e www.instagram.com/travessiafestival

Programação:
Oficina com Ligiana Costa
Presencial, o local será informado apenas aos/às participantes, de 9 a 12/12.

Show de abertura com Ligiana Costa
Presencial, no Teatro SESC Garagem, dia 13/12, às 20h.
Exibição on-line a partir das 20h do dia 14 e ao longo das 48 horas seguintes, na
plataforma do Festival.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos.

Cartografia do Abismo
Presencial, no Teatro SESC Garagem, dias 14 e 15/12, às 20h.
Exibição on-line a partir das 20h do dia 15 e ao longo das 48 horas seguintes, na
plataforma do Festival.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.

Blanc
Exibição on-line, via YouTube , dia 14/12, às 21h, e disponível ao longo das 48hs
seguintes, na plataforma do Festival.
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos.

Caso Cabaré Privê
Transmissão on-line ao vivo, acessando www.travessiafestival.com , nos dias 15 e
16/12, às 21h.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 16 anos.

Malacatifa
Presencial, dia 16/12, na Birosca (Conic), das 16h às 19h.
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos.

Intervenção Urbana – Malacatifa (DF). Crédito: Nath Britto

Carnaval Silencioso
Presencial, dia 17/12, Devido à Pandemia de Covid-19, o local de partida não será
divulgado.
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos.

Heróis
Presencial, no Teatro SESC Garagem, dias 16 e 17/12, às 20h.
Exibição on-line a partir das 20h, do dia 17, e ao longo das 48 horas seguintes, na
plataforma do Festival.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.

Heróis, espetáculo cênico (SP). Crédito: Guto Muniz.

Hamlet Tercero
Presencial, no Teatro SESC Garagem, dias 18, às 20h, e 19/12, às 19h.
Exibição on-line a partir das 20h do dia 19 e ao longo das 48 horas seguintes, na
plataforma do Festival.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos.

Eu Quero Acreditar que Estou Voltando
Exibição on-line, via YouTube , dia 18/12, às 21h, e disponível ao longo das 48hs
seguintes, na plataforma do Festival.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.

Festa show de encerramento com Thabata Lorena, Josyara e DJ
Presencial, na Birosca, dia 19/12, às 21h.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 18 anos.

Sinopses dos espetáculos

Cartografia do Abismo, direção de Luís Alonso
A partir de textos do autor Antonin Artaud e de depoimentos pessoais do ator Caio Rodrigo, a ação cênica propõe uma investigação das fronteiras entre Loucura/lucidez, ficção/realidade, linguagem/vida e provoca questionamentos acerca da matéria do discurso em seus papéis artísticos, sociais, éticos. O espetáculo intervém em espaços desconstruídos, em construção ou abandonados, prezando pelo diálogo entre o asséptico do que é vivenciado e o sujo e o opressor do que está em volta. Diálogo que gera um discurso com a sociedade na busca de uma limpeza das estruturas no meio da desordem que atinge o ser humano. Inspirado no universo de Artaud, Caio faz uma viagem pelo pensamento fragmentado da obra, expondo as vísceras do seu universo. Traça um paralelo entre a personalidade como ente ético e social do ator contemporâneo e o pensamento filósofo-teatral de personagem francesa, interpretada por Caio.

Malacatifa, da Tríade Brinquedo
Projeto multiartístico de ocupação dos espaços públicos. Criado pelos artistas brasilienses Ana Flavia Garcia, Elisa Carneiro e Gabriel Guirá, o projeto é despertado pela força simbólica da serpente, que surge no caminho dos transeuntes quase imperceptível causando curiosidade, fascínio e espanto. No formato de exposição interativa, Malacatifa é estruturado pela interseção entre artes visuais, teatro, poesia, literatura e música. Gestada e nascida em tempos de isolamento social, o projeto nasceu do desejo de esgarçar as possibilidades de encontro, como desdobramento de uma investigação contínua da Tríade Brinquedo sobre a relação entre arte e cidadania, e de uma característica já identitária do grupo: poéticas e estéticas que bebem do território dos sonhos e da brincadeira.

Carnaval Silencioso
Idealizado pela Andaime Cia. de Teatro em parceria com o DJ Ops, Carnaval Silencioso é o bloco fora de época que atravessa a cidade com foliãs ouvindo a mesma música em fones de ouvido. Quem sintoniza a estação ouve músicas de carnaval em uma deliciosa festa itinerante. De longe o que se vê são pessoas a dançar, muita alegria e um silêncio que não cala. O Carnaval Silencioso é uma manifestação artística que atravessa questões políticas sobre cultura, diversidade e ocupações artísticas urbanas. É arte política contra os silenciamentos que as leis, as morais e as políticas aplicadas no Brasil têm sido praticadas, o que desperta debates nas esferas pública e pessoal da Capital e do país. A folia ocorre há 11 anos consecutivos e já aportou na República Tcheca e Portugal.

Heróis, escrito e encenado por Paulo Azevedo
Ele é um astro do rock no auge da fama. Está esgotado pelas demandas e precisa apenas de um respiro. No caminho para mais um compromisso, se depara com uma formiga. Encontro inesperado que desencadeia em uma jornada interna de resgate a questões deixadas para trás. Nesse mergulho, busca razões íntimas para seguir. Heróis é livremente inspirado nas canções e biografias de David Bowie, Lou Reed e outros stars dos anos 1960 e 1970. O roteiro original cria um panorama do rock, daquelas décadas, com músicas de David Bowie, Elton John, Lou Reed, Pink Floyd, The Rolling Stones, The Doors e outros. A montagem parte dos mitos em torno do artista para abordar a relação com o tempo e os valores do mundo contemporâneo. O espetáculo é o episódio “Música” da “Trilogia Solo”, idealizada, escrita, dirigida e interpretada por Paulo Azevedo, com realização da Suacompanhia Criações Artísticas.

Hamlet Tercero, com direção de Diego Aramburo
Com a morte do pai, os filhos entram na disputa pela herança que lhes corresponderia. Surgem, a partir daí, questionamentos, Essa herança é de fato desejada?. O que essa herança implica, além de privilégios?. Manter-se no mesmo círculo e na mesma lógica, ainda é aceitável?. Acontece que na Bolívia o pai não é tudo. Apesar da masculinidade permear tudo, a mãe é e sempre será o elemento central e mais decisivo em seus cotidianos. Qual será a posição assumida por esta figura materna, em relação ao
dilema?; Será, que por fim, o reflexo característico da humanidade (que não é apenas o homem cis e heterossexual europeu), finalmente os levará a agir?

Blanc, de Vania Vaneau
A obra reúne a linguagem física, a coreográfica e um forte componente plástico com a produção e uso de diversos trajes e máscaras. O movimento é combinado com a dimensão visual em um trabalho sobre o colorido em contraste com o preto e o branco, evocando um tipo de carnaval onde são convidadas figuras situadas entre o humano, o animal e a natureza, pertencentes a lugares e a temporalidades indeterminadas. O acompanhamento musical faz do trabalho uma obra entre a performance, o concerto e a peça de dança. Blanc nasce do desejo de acessar um local de vertigem, explorando as diferentes facetas do indivíduo, revelando a multidão, o múltiplo que vive, o singular, assim, como a luz branca, composta de todas as cores.

Caso Cabaré Privê, com concepção e direção de Pedro Granato,
A montagem estreou pela plataforma Zoom, em agosto de 2020, tendo todas suas sessões lotadas. Vencedor do Prêmio APCA na categoria jovem e pelo Prêmio We Do! nas categorias Interatividade, Direção e Júri Popular. O espetáculo faz parte da pesquisa
do Núcleo Pequeno Ato a respeito do teatro imersivo e a formação de novos públicos. Na trama, o filho do Presidente é encontrado morto em um cabaré privativo e o público é convidado a investigar as pistas antes do anúncio oficial para imprensa. Nenhuma performer do estabelecimento pode sair e começam as interrogações conduzidas por um delegado. O público é direcionado para cabines privê e pode interrogar as personagens. Os atores fazem a encenação em tempo real, executando as cenas e interagindo com a plateia, que assiste tudo direto de suas casas por meio de salas virtuais. Dessa forma se estabelece um jogo imersivo a partir dos registros do celular do filho do presidente, que funciona como um flashback, para ajudar na elucidação do que aconteceu naquela noite. Essa é a única cena gravada previamente onde o grupo respeitou todos os protocolos de segurança e distanciamento físico. Para a adaptação, os atores usaram suas próprias casas como cenário e pensaram as ambientações utilizando elementos cênicos e a iluminação que tinham disponíveis para construir o universo de cada interpretação.

Eu Quero Acreditar que Estou Voltando, com direção de Vivian Martínez Tabares
Com referências iniciais de Augusto Boal (criador do Teatro do oprimido), do teatro documento, de Bertolt Brecht, e do teatro de agitação e propaganda, nasceu essa experiência de criação artística, vocação popular e compromisso, que soube incorporar
novas fontes e amadurecer um trabalho sempre articulado ao processo social e político do Peru. Sua permanência e fecundidade demonstram a vitalidade do grupo, sua constante capacidade para a autocrítica e sua habilidade organizadora, que combina projetos grupais e espaço para a expressão individual diferenciada de seus membros. O espetáculo celebra os 50 anos do Grupo Cultural Yuyachkani.

Sobre as atrações musicais:
Josyara apresenta Mansa Fúria, show de seu 2º disco, lançado em 2018. O disco traz um retrato da cantora, compositora e violonista baiana em seu percurso sertão/litoral/metrópole. Nascida em Juazeiro, interior da Bahia, Josyara traz em suas composições um olhar sensível sobre seu cotidiano e história, embaladas por seu violão percussivo e potente.

Ligiana Costa nasceu em São Paulo, mudou-se para Brasília ainda muito jovem e, depois de rodar o mundo, fixou residência de volta em São Paulo. Estudou canto lírico na UnB e fez especialização em canto barroco na Holanda. De lá, seguiu para a Itália onde concluiu mestrado em filologia musical da renascença e idade média e depois para a França, onde fez doutorado sobre ópera barroca junto ao Centro De Estudos da Renascença de Tours. Nessa época começou a cantar música brasileira e, logo em
seguida, descobriu o gosto pela composição. Em 2013 Ligiana lançou o disco Floresta, produzido e arranjado pelo maestro Letieres Leite e gravado em Salvador. Desde 2015 Ligiana vem se dedicando ao seu duo de música eletrônica barroca, NU (Naked
Universe), em parceria com Edson Secco. Para o Festival Travessia, Ligiana apresenta o show de seu novo álbum EVA (Errante Voz Ativa). Cada canção deste projeto carrega o nome de uma mulher, cada canção é uma homenagem à multiplicidade de vozes
femininas, mas também um discurso único.

Thabata Lorena, imperatrizense radicada em Brasília. A cantora e compositora é nascida no rap e artista independente. Sua voz e swing poderosos ressaltam os elementos da cultura hip hop em fusão com a cultura popular brasileira. O show “Novidades Ancestrais” leva as pessoas a experiências sensoriais que vão do sagrado ao profano, do pensar ao sentir, do abstrato ao encarnado.


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